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A importância de uma boa preparação para os exames nacionais

A preparação para os exames nacionais é cada vez mais importante. É sabido que a época de exames é um período marcado por sentimentos muito dispares. Se por um lado, a comunidade educativa encontra-se entusiasmada por estar a aplicar um método inibidor de desigualdades ou privilégios, por outro lado, os alunos de nono ano dão o primeiro passo na época de exames, fervilhando em ansiedade, sabendo que estão prestes a entrar numa nova etapa das suas vidas, o ensino secundário. Os alunos do ensino secundário, ainda que mais experientes nestas “andanças”, sentem o peso da responsabilidade com uma média no horizonte que os permita ingressar no mundo universitário. A verdade é que, teoricamente os exames nacionais funcionam como calibre de comparação entre os vários estatutos e ensinos. Na prática, os exames nacionais podem trazer consigo altas doses de ansiedade ou stress.

É comum sentirmos ansiedade em momentos de avaliação, especialmente quando estes parecem determinar o nosso futuro. O certo é que existem várias estratégias para controlar o nervosismo e a ansiedade que podemos considerar.

Em primeiro lugar, é importante perceber que grande parte do nervosismo e ansiedade podem ser combatidos com uma boa preparação para os exames nacionais que se perlongue nos meses antecedentes ao momento de avaliação. Uma boa preparação é capaz de criar no aluno um sentimento de confiança e tranquilidade, fundamentais para controlar ou reduzir a ansiedade no dia do exame.

Uma boa preparação do estudo reduz drasticamente situações de “brancas”, o medo na antevisão do que poderá sair no exame, o desconforto mental, assim como pensamentos negativos (“não sou capaz”, “não sei nada”, “quero desistir”).

Assim, é consensual dentro da comunidade educativa que uma boa preparação do estudo é essencial para alcançar os resultados pretendidos. Mas como é que o devemos fazer? Seguem-se 10 dicas essenciais para alcançar o sucesso nos exames nacionais:

  1. Preparar um horário de estudo semanal;
  2. Preparar um plano de estudo a longo prazo com todos os tópicos que serão cobertos no exame;
  3. Criar metas exequíveis;
  4. Fazer todos os exames de anos anteriores que estiverem disponíveis;
  5. Dormir pelo menos 8h diárias;
  6. Fazer intervalos no estudo (não é eficiente estudar mais do que 1,5h seguidas);
  7. Definir um horário de descanso;
  8. Estudar num local iluminado e livre de distrações;
  9. Desligar o telemóvel e deixá-lo longe do local de trabalho;
  10. Não estudar na véspera (o dia anterior ao exame deve ser utilizado para descansar).

Ainda assim, muitos alunos sentem-se perdidos e inseguros ao aquando da definição da sua metodologia de estudo. Desta forma, seguem-se algumas dicas de como podemos organizar o nosso período de estudo.

Desde logo, é importante compreender qual é o método de estudo que mais se adequa à nossa personalidade enquanto estudantes. Assim, é importante conhecer os vários métodos de estudo e testá-los, de forma a compreendermos o método que mais funciona connosco próprios.

Efetivamente, preparar bons apontamentos pode ser um dos métodos capaz de ajudar melhor os alunos a interiorizarem os vários conteúdos. Estes apontamentos devem ser feitos com base nas matérias aprendidas e devem conter os pontos-chave, assim como um resumo do tópico em estudo. Por outro lado, outro método que tende a funcionar com diversos alunos é tentar imaginar que se está a dar uma aula. O método da “aula” ajuda os alunos a memorizarem os vários conceitos assim como a explicá-los. Por fim, tentar aplicar os conteúdos à “vida real” também pode funcionar como uma excelente opção. Vários especialistas defendem que quando a matéria “é compreendida” e não “decorada” dificilmente será esquecida.

Por fim, a conjuntura que vivemos pode funcionar como um amplificador dos sentimentos negativos vividos em tempo pré-Covid. Em tempos de pandemia, o aumento da carga de trabalho e as incertezas sobre o futuro ampliaram a ansiedade e inquietação dos estudantes, em especial daqueles que ambicionam ingressar no ensino superior. De facto, num questionário online feito pela Universidade de Lisboa, cerca de 60% do inquiridos admitiram sentir ansiedade ou stress em relação à incerteza do futuro. Com a incerteza relativamente aos seus futuros, grande parte dos jovens perde uma ferramenta essencial para o seu sucesso, a motivação. Desta forma, os professores e encarregados de educação têm um papel fundamental na motivação dos alunos, tentando adotar estratégias para os motivar ou tranquilizar. É igualmente importante para os alunos compreenderem que não estão sozinhos e que existem mais estudantes como eles a passar pelas mesmas dificuldades ou a experienciar as mesmas emoções. Assim, estudar em grupo, ainda que por via de plataformas digitais, pode funcionar como uma boa forma de motivação.

Desta forma, é fundamental arranjar estratégias de combate à ansiedade e ao nervosismo já característicos dos períodos de exame, mas agora exponenciados com o confinamento em que vivemos. Na conjuntura que experienciamos, mais que nunca, uma boa preparação do estudo revela-se fulcral.

Fontes:
https://www.portoeditora.pt/paisealunos/pais-and-alunos/noticia/ver?id=111842&langid=1
https://www.tsf.pt/portugal/sociedade/estudar-comer-e-controlar-a-ansiedade-guia-de-sobrevivencia-aos-exames-10953554.html
https://observador.pt/2015/06/16/exames-nacionais-controlar-ansiedade-vira-la-favor/
https://www.publico.pt/2020/05/13/p3/noticia/ansiedade-angustia-insonia-efeitos-secundarios-pandemia-estudantes-1915654

Autora: Inês Costa, professora do EDUCATE